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Aprenda pequenas atitudes que fazem diferença ao realizar a contagem de carboidrato!

Dicas que ajudam a controlar a glicemia ao fazer a contagem de carboidrato

Passa o tempo e o tratamento do diabetes vai ficando cada vez mais aprimorado. Surgem novas tecnologias e terapêuticas mais apuradas. Durante o Congresso da American Diabetes Association, realizado este ano em New Orleans, a terapia de contagem de carboidrato foi discutida pelos especialistas.

Entre as principais críticas às recomendações alimentares, relatadas pelo Dr. Mark Barone, que esteve presente no Congresso, destacou-se “a ênfase aos carboidratos na pirâmide alimentar”. Em relação à contagem de carboidratos, “o momento da aplicação da insulina foi também motivo de discussão, visto que mesmo o hormônio “ultra rápido” não tem, muitas vezes, uma ação tão “veloz” quanto à absorção dos carboidratos. Ele demora aproximadamente 15 minutos para começar seu efeito enquanto a absorção dos carboidratos pode ser muito mais rápida (basta lembrar que em uma hipoglicemia, ingere-se carboidratos e depois de 15 minutos a aferição da glicemia é feita novamente, esperando já um aumento significativo da glicose no sangue)”.

“Por isso, na maioria das vezes, o ideal é aplicar a insulina ultra rápida antes das refeições (especialmente antes do café da manhã e/ou quando a glicemia já está alta na pré-refeição, de 15 a 30 minutos antes, a fim de evitar um pico de glicemia pós-refeição, que se entende prejudicial atualmente)”. O Dr. Mark relata, também, que ”durante uma mesa de debate, os pesquisadores Amir Shafat, Garry M. Steil, Olga Kordonouri e Carmel E. Smart focaram suas críticas especialmente na falta de se considerar a gordura e a proteína das refeições na contagem de carboidratos, visto que uma porcentagem desses nutrientes também eleva a glicemia”.

Os pesquisadores discutiram sobre a variação da glicemia, duas horas após a refeição. “É unânime a recomendação de se aumentar a dose de insulina a ser aplicada quando a alimentação é rica em proteínas e gorduras (além do que seria aplicado para os carboidratos que foram contados)”, acrescenta o Dr. Mark. “A pizza de queijo é sempre o exemplo utilizado, pois costuma elevar a glicemia após duas horas, quando geralmente a ação do hormônio já está no fim e esta elevação persiste até a manhã do dia seguinte. Além da fração que se converte em carboidrato, o Dr. Amir Shafat alertou que os ácidos graxos absorvidos aumentam a resistência à insulina, deixando o fígado e os músculos menos responsivos à insulina e captando proporcionalmente menos glicose. Obviamente o aumento da dose para dar conta da proteína e da gordura varia de pessoa para pessoa (30% foi uma sugestão inicial, mas deve ser discutido com o médico)”.

Neste caso, para quem usa a bomba de insulina, “a dose total do hormônio deve considerar o carboidrato acrescido de proteína e gordura, com parte da dose total liberada na hora da refeição e outra parte programada para ser liberada aos poucos (finalizando a liberação após 3 horas ou conforme orientação médica), chamada de onda dupla ou multiwave”, detalha o profissional.

A Dra. Carmel Smart comentou uma interessante pesquisa sobre erros na contagem. “Se a pessoa errar a contagem de carboidrato em 10g para mais ou para menos em uma refeição, não haverá impacto significativo sobre o resultado da glicemia pós-prandial. Mas erros de 20g ou mais têm impacto significativo. Destacou, ainda, que os erros de contagem muitas vezes chegam a 50-100% em relação ao total de carboidratos”, comenta o Dr. Mark.

Além disso, a Dra. Carmel Smart foi enfática ao afirmar que “refeições mais ricas em gordura e proteína devem ser deixadas para dias nos quais houver mais prática de atividades físicas. Segundo ela, a partir de 25g de proteína na refeição, esta já deve ser contada, considerando-se que cada 5g de proteína sobe a glicemia o equivalente a 1g de carboidrato, mas de forma retardada (horas após a refeição)”.

Outra discussão interessante explicada pelo Dr. Mark foi a fala de Dr. Amir Shafat. O pesquisador comentou sobre “o esvaziamento gástrico. Este é lentificado na presença de gordura, proteínas e aminoácidos na refeição, ou seja, há receptores no intestino que sinalizam para o sistema nervoso a necessidade de lentificar o esvaziamento”. Portanto, este seria mais um fator que, ao retardar a absorção de nutrientes, incluindo da glicose, faz com que haja a subida tardia da glicemia pós-refeição. Para concluir, a Dra. Olga Kordonouri revelou “que por esses motivos, na Europa, para quem não usa bomba de insulina, muitas vezes a sugestão é aplicar a insulina regular no lugar da ultra rápida, quando há consumo de alimentos ricos em gordura e proteína”.

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