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Estudo indica que o adoçante deve ser evitado de ser consumido, quando aquecido! Leia mais aqui!

Sucralose – o que devemos saber

O sobrepeso e a obesidade deixaram de impactar as pessoas apenas pelo aspecto visual, pois o que está em jogo não diz respeito somente à vaidade, mas se tornou um sério problema de saúde pública. A obesidade é uma doença crônica, resultante do acúmulo de gordura no organismo, geralmente causada por um consumo excessivo de calorias na alimentação, superior ao valor usado pelo mesmo para a sua manutenção e realização de atividades do cotidiano, ou seja, essa doença acontece quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente. Também pode ser causada por doenças endocrinológicas e psiquiátricas, pela predisposição genética, pela ausência ou diminuição da atividade física, além dos fatores emocionais.

O uso do açúcar refinado, o álcool em demasia, bem como a ingestão de embutidos e enlatados, o hábito de salgar em excesso os alimentos e/ou consumi-los industrializados carregados de gorduras saturadas e trans são os principais vilões, que contribuem para o sobrepeso e obesidade. Segundo a nutricionista Maristela Bassi Strufaldi “O açúcar apresenta carga glicêmica elevada, ou seja, é transformado rapidamente em glicose no sangue e esta velocidade está associada à elevação dos níveis de insulina, tendo como consequência aumento do apetite e depósito de gordura abdominal”. Portanto, para pessoas que precisam perder peso ou restringir o uso de açúcares (diabetes), a maneira mais eficaz encontrada foi a utilização dos adoçantes.

Dentre uma série de adoçantes encontrados à venda, a sucralose, um adoçante artificial obtido a partir do processamento do açúcar de mesa convencional (obtido da cana de açúcar ou beterraba) tem recebido bastante atenção tanto pelo seu potencial adoçante, o qual é cerca de 600 vezes maior que a do açúcar, quanto pela aparente segurança da substância.

Embora seja derivado do açúcar, este adoçante não é natural, pois possui uma estrutura química, que não existe na natureza, e por não ser reconhecido pelo organismo, passa quase que intacto pelo sistema digestivo. Caso fosse absorvido, passaria por um processo de metabolização e já não seria mais “zero calorias”.

O benefício mais evidente desse adoçante é seu valor energético, o que o torna uma alternativa interessante para quem precisa reduzir o consumo de açúcar, mas não consegue ficar sem o sabor adocicado.

Isso não o isenta de uma aparente segurança. Um artigo científico publicado por pesquisadores da Unicamp num periódico online pertencente ao grupo Nature alerta para os riscos do uso do adoçante sucralose, especificamente, em alimentos e sobremesas quentes como chás, cafés, bolos e tortas. Os principais resultados do estudo indicam que, quando aquecido, a uma temperatura próxima a 98ºC, um pouco abaixo da temperatura de ebulição da água, o adoçante torna-se quimicamente instável, liberando compostos potencialmente tóxicos, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos clorados (HPACs), os quais possuem efeito cumulativo e de ação potencialmente cancerígena ao organismo.

No estudo que gerou a publicação no periódico online de acesso livre Scientific Reports (http://www.nature.com/articles/srep09598), o professor Rodrigo Ramos Catharino, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp e os pesquisadores Diogo Noin de Oliveira e Maico de Menezes, assim declararam “Os resultados da nossa pesquisa apontam dados novos na área de toxicologia de alimentos, indicando que a exposição crônica de seres humanos ao adoçante, caso por exemplo de pessoas com diabetes e de quem faz dietas especiais, pode causar efeitos nocivos à saúde. O uso deste edulcorante artificial merece, portanto, muita atenção dos consumidores, além do desenvolvimento de outras pesquisas por parte de órgãos de regulamentação”.

O docente Rodrigo Catharino esclarece que “a sucralose não decomposta é isenta de riscos ao organismo, ou seja, se não a aquecer é completamente inofensiva”.

Ainda conforme Catharino, a reação verificada com o aquecimento da sucralose é muito similar ao que acontece com a queima da carne do churrasco. Neste último caso ocorre a liberação de HPAs, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, semelhantes aos HPACs, diferindo apenas pela presença do cloro. “No churrasco, em produtos defumados e até no fumo é possível encontrar HPAs. A queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás de carvão é uma das principais fontes de emissão destes compostos. Tanto os HPAs como os HPACs são bastante nocivos. No caso específico do churrasco, que já é bem conhecido, a formação dos HPAs ocorre quando a gordura da carne respinga no carvão por conta do calor. Com a fumaça, estes compostos aderem à carne trazendo riscos à saúde”, esclarece o docente da Unicamp.

Segundo Rodrigo, o coordenador das pesquisas “Nos últimos anos, outras pesquisas vêm chamando a atenção da comunidade científica sobre a segurança alimentar da sucralose e de suas aplicações industriais. Embora seja o adoçante artificial mais utilizado em alimentos e produtos farmacêuticos, muitas perguntas ainda precisam ser respondidas quanto ao seu potencial em degradar e formar subprodutos clorados em temperaturas quentes. Este é o caso da nossa pesquisa”.

Acesse: http://www.unicamp.br/unicamp/ju/651/pesquisa-alerta-para-adicao-de-sucralose-em-alimentos-quentes

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